Touros... e touradas...
"Cerca de 100 pessoas, na maioria jovens, começaram às 18:45 a marchar entre o Parque Eduardo VII e a Praça de Touros do Campo Pequeno, num protesto contra as touradas e a defender o respeito pelos direitos dos animais.
De uma forma ordeira e em silencia, os manifestantes desfilaram pelas avenidas Fontes Pereira de Melo e da República empunhando cartazes onde se liam palavras de ordem como: "Tourada é barbárie", "Não à cultura sangrenta" e "Tourada igual negação da inteligência".
A cabeça desta sexta marcha, promovida pela coligação Unidos Contra as Touradas, era composta por actividades lúdicas executadas por elementos dos Creative Circus e um grupo de animação de rua do Porto, vendo-se pessoas em andas, com máscaras de lobo, de burro e de touro, entre outras.
Para os organizadores, a marcha "realiza-se num momento em que a consciência social começa a tornar-se mais desperta para esta realidade [touradas]", embora o objectivo seja mais abrangente, "abraçando o direito de todos os animais ao não sofrimento desnecessário, a uma vida digna e de acordo com a sua natureza".
Integram a coligação organizadora da marcha a Associação Acção Animal, o Movimento Anti-Touradas de Portugal, o Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, o Movimento Internacional de Defesa dos Animais, a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal, o Instituto Zoófilo Quinta Carbonne, o Grupo de Libertação Animal, a Associação de Protecção dos Animais Abandonados do Cartaxo e a INFONATURE.
De acordo com os organizadores as actividades lúdicas têm como objectivo demonstrar que "divertimento não significa sofrimento". "
in JN Sábado, 16 de Setembro de 2006
Cultura é tudo aquilo que contribui para tornar a humanidade mais sensível, mais inteligente e civilizada. A violência, o sangue, a crueldade, tudo o que humilha e desrespeita a vida jamais poderá ser considerado "arte" ou "cultura". A violência é a negação da inteligência.Uma sociedade justa não pode admitir actos eticamente reprováveis (mesmo que se sustem na tradição), cujas vítimas directas são milhares de animais.É degradante ver que nas praças de touros torturam-se bois e cavalos para proporcionar aberrantes prazeres a um animal que se diz racional.Portugal não se pode permitir continuar a prática do crime económico que é desperdiçar milhares de hectares de terra para manter as manadas de gado, dito bravo. A verdade é que são precisos dois hectares de terreno, o equivalente a dois campos de futebol, para criar em estado bravio cada boi destinado às touradas. Ora isto é tanto mais criminoso quando Portugal é obrigado a importar metade da alimentação que consome. Decerto os milhares de hectares desperdiçados a tentar manter bois em estado bravio, produziriam muito mais útil riqueza se aproveitados em produção agrícola, frutícola, etc. Uma minoria quer manter as touradas e as praças de touros, bárbara e sangrenta reminiscência das arenas da decadência do Império Romano. De facto nas arenas de hoje o crime é o mesmo: tortura, sangue, sofrimento e morte de seres vivos para divertimento das gentes das bancadas. Como pode continuar tamanha barbaridade como esta, das touradas, no século XXI?Só pode permanecer como tradição o que engrandece a humanidade e não os costumes aberrantes que a degradam e a embrutecem.Não seja responsável pela tortura.Não assista a touradas!
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